Sérgio Sampaio (Sérgio Morais Sampaio) - discografia -

Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua - SERGIO SAMPAIO

O capixaba Sérgio Sampaio iniciou a carreira como radialista e em 70 lançou-se como cantor, dividindo com Raul Seixas, Miriam Batucada e Eddy Star o disco "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta: Sessão das Dez". Este álbum de estréia destaca a faixa-título, além de "Leros E Leros E Boleros".

Ano: 2001
Gênero: MPB
Procedência: Nacional
Universal Music; ASIN: 731454299329

Faixas

1. Leros E Leros E Boleros
2. Filme De Terror
3. Cala A Boca
4. Pobre Meu Pai
5. Labirintos Negros
6. Eu Sou Aquele Que Disse
7. Viajei De Trem
8. Não Tenha MEdo Não !
9. Da. Maria Lourdes
10. Odete
11. Eu Quero É Botar Bloco Na Rua
12. Raulzito Seixas

Todas as Resenhas (3)

Jecyone Pinheiro (jpinheiro21@estadao.com.br) de Belém, PA, 31/01/2005
EMOCIONANTE

Esse magnífico compositor capixaba, dono de uma voz belíssima e de melodias impecáveis nos deixou muita coisa inédita que, sem dúvida, poderia ser aproveitada por intérpretes sensíveis. Aos sampaiófilos como eu há uma luz no fim do túnel: Zeca Baleiro vai gravar um cd somente com músicas de Sérgio Sampaio! Aplausos à iniciativa do compositor maranhense! A quem interessar, além de "Eu quero é botar...", tenho os discos (formato cd) - "Sinceramente", "Tem que acontecer", "Sociedade da Grã Orde...." e mais umas faixas raríssimas que foi copiada de vinil para cd com as músicas "Meu Pobre blues" - esta na voz de Sérgio Sampaio (foi regravada por Zizi Possi no disco Balaio do Sampaio) e "Foi Ela", bárbara composição de SS. Abraços,

Ademir Gomes Rodrigues de Rio de Janeiro/RJ, 23/05/2003
Eu quero é botar meu bloco na rua

Está ótimo o comentário do Mauricio sôbre o cd "Eu quero é botar meu bloco na rua". É uma pena, que ele tenha esquecido, de comentar as duas músicas mais significativas desse EXCELENTE CD, que falam sôbre o que acontecia naquela época que são: "D.Maria de Lourdes" que fala do MEDO à repressão da DITADURA.Citarei alguns trechos da letra dessa belíssima música. ..."é preciso Coragem"... ... "escondido nas notícias/entre as feras/ nas revistas sem assunto"... ..."fique de olho na vida /o sinal vai abrir/o auditório aplaudiu/mas cuidado com a por- ta da frente/D.Maria de Lourdes não espere por mim"... ..."quem morreu, quem teve medo / quem ficou?/Eu estou no bar do Auzilio ou na igreja/e onde quer que eu esteja/eu não estou." E a música "FILME DE TERROR", que é a principal música do cd, tanto é que a capa expressa essa música. Eis Alguns trechos: "Hoje está passando um filme de terror/ na sessão das dez/um filme de terror..." ..."quem sair de casa agora/deixe os filhos com os vizinhos..." ..."quem ousar sair de casa/passe a tranca e feche o trinco/no chão do cine Império da Tijuca e o Cemitério do Cajú..." ...bruxas, medos e suspiros/pentes, pêlos e vampiros/quem ousar deixar de lado /abra os olhos com os vizinhos..." Quem viveu aquela época sabe muito bem, o que significa essa frase "Cine Império da Tijuca e o cemitério do Cajú". Por causa de suas músicas com letras bem feitas,Sergio Sampaio viveu no ostracismo, pois suas letras falam da realidade à epoca, principalmente do terror que a ditadura nos impunha. Para quem gosta de belas melodias,com lindas letras,em perfeitas harmonia taí uma EXCELENTE opção. Ademir Gomes

Maurício Antunes Ariede (mauricio@mfa.unc.br) de Rio Negro-PR, 31/01/2003
jóia finalmente lançada em cd

Sérgio Sampaio apareceu por acaso, como músico acompanhante de outro cantor, nas portas da CBS, em 1971. O produtor da gravadora naquela época, um desconhecido chamado Raul Seixas, viu de cara o talento do jovem capixaba. Juntos gravaram clandestinamente, no mesmo ano e ao lado de Miriam Batucada e Edy Star, o disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta: Sessão das Dez. Dois anos depois, o já famoso Raulzito procura novamente Sérgio para gravarem o disco de estréia do cantor capixaba: Eu quero é Botar meu Bloco na Rua. Raul assina a direção de produção e os arranjos, além de fazer alguns vocais, não creditados no disco. A veia poética de Sérgio Sampaio despontam desde a primeira faixa, "Leros e Leros e Boleros"; "Pobre Meu Pai" é uma declaração de amor comovedora, impossível de ouvi-la sem chorar. O mesmo vale para "Eu Sou aquele que Disse", talvez a música mais triste e bela do Cd, com um arranjo de cordas que lembra os melhores anos de Walter Franco. A realista e sombria "Labirintos Negros", aparentemente destoa do disco, mas sua poesia e arranjo não deixam de comover. Como bem demonstrou em seu segundo disco "Tem que Acontecer", de 1974 (relançado na "Série 25 anos", da Warner), a praia de Sérgio é o samba, de preferência o samba das antigas; isto fica claro em "Odete", "Cala a Boca Zebedeu", "Não tenha medo não!" e na faixa título, todas magníficas. Por último vale ressaltar "Viajei de Trem", que só perde para "Eu sou Aquele que disse", em termos de melancolia, tristeza e alfinetada poética; como homenagem ao produtor e amigo, Sérgio conclui o disco com um improviso/vinheta intitulado "Raulzito Seixas". Infelizmente, depois deste disco e do seu segundo álbum de 1974, Sérgio mergulhou na bebida, ficando reduzido a pequenos shows em bares e casas noturnas; morreu praticamente esquecido em 1991.